Mundo Afora

Uma jornada de contrastes: Leila Moura e a descoberta dos Estados Unidos

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Da Califórnia ao Arizona, do Havaí a Nevada

Viajar é, antes de tudo, um exercício de olhar. E foi com olhos atentos e coração aberto que a assistente social Leila Moura embarcou em uma jornada pelos Estados Unidos, cruzando quatro estados – Califórnia, Havaí, Nevada e Arizona – e experimentando uma verdadeira imersão nos contrastes que compõem o vasto território norte-americano. Em seu relato, Leila compartilha não apenas as belezas naturais e urbanas que encontrou pelo caminho, mas também as nuances culturais, tecnológicas e humanas que marcaram sua experiência.

O início da jornada: Los Angeles e o fascínio da metrópole

A primeira parada de Leila foi Los Angeles, a cidade que, para muitos, representa o ápice do sonho americano. “Los Angeles é uma cidade muito grande, a segunda maior aglomeração dos Estados Unidos, com mais de 17 milhões de habitantes”, descreve. “O que mais me chamou a atenção foi a diversidade. É uma metrópole multicultural e cosmopolita, onde se cruzam pessoas do mundo inteiro.”

Los Angeles pulsa ao ritmo da indústria cinematográfica, do turismo e da tecnologia. Leila se permitiu viver momentos dignos de filme: “Realizei um passeio ao estilo ‘As Patricinhas de Beverly Hills’ na famosa Rodeo Drive, com suas lojas de grife imponentes. Caminhar por ali é como entrar em um set de filmagem, onde cada esquina revela uma nova cena de luxo e glamour.” Ela também visitou o icônico letreiro de Beverly Hills e o hotel onde foi gravado o clássico ‘Uma Linda Mulher’, mergulhando no universo das produções que ajudaram a construir o imaginário coletivo sobre a cidade.

A visita a Hollywood foi outro ponto alto. “A Calçada da Fama é impressionante. Ver os nomes das estrelas eternizadas ali nos faz lembrar do poder que o cinema tem de atravessar gerações”, comenta. Leila também conheceu o Teatro Dolby, palco da cerimônia do Oscar, e o Teatro Chinês, famoso pelas estreias de grandes filmes. “Estar nesses lugares é sentir-se parte de uma história que, de certa forma, todos nós já vivemos através das telas.”

Tecnologia e diversidade: o futuro nas ruas

Além do brilho das celebridades, Leila se surpreendeu com a presença marcante da tecnologia no cotidiano das grandes cidades americanas. “Me chamou muito a atenção os carros sem motoristas, que circulam pelas ruas de Los Angeles e Las Vegas. É impressionante ver como a tecnologia está integrada ao dia a dia das pessoas, tornando o trânsito mais eficiente e, ao mesmo tempo, levantando questões sobre o futuro do trabalho e da mobilidade urbana.”

Outro aspecto que não passou despercebido foi a diversidade dos trabalhadores que mantêm as cidades em movimento. “O grande número de imigrantes, especialmente motoristas de ônibus, táxis e ubers, é algo muito visível. São pessoas de origens variadas – latinos, asiáticos, africanos – que encontraram nos Estados Unidos uma oportunidade de recomeço. Essa mistura de culturas faz parte do DNA das cidades americanas e enriquece a experiência de quem as visita.”

Havaí: entre tradição e modernidade, um paraíso no Pacífico

Após a intensidade urbana da Califórnia, Leila seguiu para o Havaí, onde encontrou um cenário completamente diferente. “O Havaí é um lugar mágico, com uma energia única. Já na chegada, fomos recebidos com colares de flores naturais, símbolo de boas-vindas e respeito à cultura local. Seguindo a tradição, depositamos o colar na estátua do lendário Duke Kahanamoku, pai do surfe moderno. Diz a lenda que, para voltar ao Havaí, é necessário fazer esse ritual.”

Honolulu, capital do estado, surpreendeu Leila pela harmonia entre tradição e modernidade. “É uma cidade vibrante, onde se encontra de tudo: marcos históricos, restaurantes requintados, lojas de classe mundial. Caminhar por suas ruas é sentir o pulsar do Havaí, que mistura o legado polinésio com influências americanas e asiáticas.”

Leila explorou as principais praias da ilha de Oahu, como Waikiki, famosa por suas ondas perfeitas e atmosfera descontraída. “As praias do Havaí são de uma beleza indescritível. A água cristalina, o clima tropical e a hospitalidade dos moradores criam um ambiente acolhedor. É impossível não se encantar.” Ela também visitou mirantes como o Halona Blowhole e o Farol de Makapuu, de onde se tem vistas deslumbrantes do oceano Pacífico.

A visita ao Centro de Visitantes de Pearl Harbor foi um momento de reflexão. “Estar em um local marcado por um episódio tão importante da história mundial, onde tantas vidas foram perdidas, nos faz pensar sobre o valor da paz e da memória. O Havaí é um lugar de beleza, mas também de história e resistência.”

Las Vegas: oásis de luzes no deserto

A próxima parada foi Las Vegas, cidade que desafia o deserto de Nevada com sua profusão de luzes, sons e excessos. “Las Vegas é um lugar único. Antes de ser conhecida como ‘cidade do pecado’, era apenas um grande deserto, habitado por poucos índios Paiutes. O nome, que significa prados em espanhol, foi dado por uma expedição mexicana que encontrou áreas verdes sustentadas por poços artesianos.”

Leila mergulhou na história da cidade, marcada por transformações rápidas e ousadas. “A legalização dos jogos de azar e da prostituição, em 1913, foi uma estratégia para atrair pessoas e impulsionar o crescimento. Depois, vieram os hoteis e cassinos, que transformaram Las Vegas em um símbolo mundial do entretenimento.”

Ela se impressionou com a grandiosidade dos empreendimentos e a energia contagiante das ruas. “Andar pela Strip à noite é uma experiência sensorial. As luzes, os shows, os sons dos cassinos – tudo parece feito para impressionar e seduzir. Mas também há um lado humano, de trabalhadores e imigrantes que fazem a cidade funcionar, muitas vezes longe dos holofotes.”

Sequoias gigantes: o tempo gravado nas árvores

De volta ao continente, Leila embarcou em uma jornada pela natureza exuberante do Parque Nacional das Sequoias, na Califórnia. “Foi uma das experiências mais marcantes da viagem. As sequoias-gigantes são seres milenares, verdadeiros monumentos vivos. Caminhar entre elas é sentir a força e a sabedoria da natureza.”

A maior de todas, a General Sherman, impressionou pela grandiosidade. “Ela não é a mais alta, mas sua circunferência e volume são inacreditáveis. Na base, chega a 31,3 metros de circunferência, com um diâmetro de 7,7 metros. Estima-se que tenha entre 2.300 e 2.700 anos. Fiquei emocionada ao pensar em tudo que essas árvores já testemunharam ao longo dos séculos.”

O clima colaborou para tornar o passeio ainda mais especial. “Fomos abençoadas com uma nevasca durante a visita. Ver a neve caindo sobre as sequoias foi como assistir a um espetáculo da natureza, algo que ficará para sempre na memória. Em tempos de mudanças climáticas, é reconfortante saber que esses gigantes resistem e continuam a inspirar quem os visita.”

Grand Canyon: o tempo e a terra em camadas

No Arizona, Leila teve a oportunidade de contemplar uma das maiores maravilhas naturais do planeta: o Grand Canyon. “É difícil descrever a sensação de estar diante do Grand Canyon. A imensidão do lugar nos faz sentir pequenos, mas ao mesmo tempo parte de algo muito maior.”

O Grand Canyon, com seus 446 quilômetros de extensão e quase dois quilômetros de profundidade, é uma verdadeira “biblioteca geológica”. “As camadas de rocha revelam cerca de 2 bilhões de anos de história da Terra. É um lugar que nos convida à contemplação e à humildade. Fiquei fascinada com a riqueza do registro fóssil e com a presença das tribos indígenas, como os navajo, hualapai e havasupai, que habitam a região há milhares de anos.”

Leila destaca a importância de preservar esse patrimônio natural. “O Grand Canyon é um patrimônio mundial da Unesco, e estar ali nos faz refletir sobre a responsabilidade que temos de cuidar do planeta para as futuras gerações.”

Imersão na diversidade humana

Ao longo de sua viagem, Leila Moura se deparou com uma América plural, marcada por encontros e desencontros, avanços tecnológicos e desafios sociais. “O que mais me marcou foi perceber como os Estados Unidos são feitos de pessoas vindas de todos os cantos do mundo. Essa diversidade é uma riqueza, mas também traz desafios de integração e respeito às diferenças.”

Ela ressalta a presença de imigrantes em diversos setores. “Motoristas de ônibus, táxis, ubers – muitos são imigrantes que vieram em busca de uma vida melhor. Conversei com pessoas da América Latina, da Ásia e da África. Cada uma com sua história, seus sonhos e dificuldades. Isso me fez pensar sobre o valor da empatia e da solidariedade, valores fundamentais para quem trabalha com o social.”

Entre o urbano e o selvagem: reflexões de uma viajante

A viagem de Leila Moura foi, acima de tudo, uma experiência de contrastes. “Foi um passeio eclético. De praia a neve. De agito urbano ao deserto. Cada lugar trouxe uma nova perspectiva, um novo aprendizado. Volto para casa com a bagagem cheia de memórias e reflexões.”

Ela destaca a importância de viajar com o olhar atento ao outro. “Mais do que visitar pontos turísticos, é preciso estar aberto ao encontro com as pessoas, com suas histórias e culturas. Isso enriquece a experiência e nos torna mais humanos.”

Leila encerra seu relato com uma mensagem de esperança. “Em um mundo cada vez mais globalizado e, ao mesmo tempo, marcado por divisões, acredito que a viagem pode ser uma ponte para o entendimento e o respeito mútuo. Que possamos, sempre, aprender com as diferenças e valorizar o que nos une.”

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