No dia 30 de julho, o escritório de advocacia Rogério Duarte completa 30 anos de atividade profissional. Natural de Passo Fundo, o advogado Rogério é formado pela Universidade de Passo Fundo – UPF, e adotou a cidade de Santa Maria para abrir o seu escritório no Edifício da SUCV, em 1994, decisão tomada de forma estratégica para melhor atender clientes de todo o estado, otimizando assim as distâncias de deslocamentos.
O escritório iniciou atendendo os Sindicatos e clientes bancários de todo o estado do RS. Posteriormente, abriu um leque para funcionários não bancários de todo o Brasil, ampliando assim o seu atendimento para vários centros comerciais como, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros, contando assim com inúmeros escritórios e advogados parceiros.
Rogério Duarte é casado com a psicóloga Shelen Denardin Monte Machado Duarte, e tem dois filhos, Mathias e Miguel Duarte. Mesmo com 30 anos de atividade profissional, o escritório é movido pela paixão, com visão global, voltado para alcançar justiça e sucesso de seus clientes, destacando-se pela ética, dedicação e qualidade no serviço, atuando sempre no intuito de proteger e garantir os interesses de seus clientes.
O que o levou a escolher a profissão de advogado e quando percebeu que tinha acertado na sua escolha?
A opção por estudar Direito surgiu por influência de um escritório de advocacia que eu trabalhava como office boy. Confesso que eu não sabia muito bem qual profissão seguir e aos poucos fui gostando, depois entrei na faculdade e gostei demais.
Descobri advogando que era isso que queria fazer na vida. Sempre atuei com paixão, mas percebi isso trabalhando. Não tenho dúvidas de que é minha vocação.
Sinto que eu, efetivamente, ajudo a decidir a vida de uma pessoa que entregou o seu destino para mim. Se eu for bem, eu posso contribuir para mudar o caminho de alguém. É decisivo. E me sinto feliz em saber que sou importante para alguém.
Você concorda que, atualmente, o mercado de trabalho para o advogado, no Brasil, está mais competitivo?
Penso que sim. O problema está na quantidade e qualidade de novos cursos de Direito que estão pulverizados em todo o Brasil. Isso implica na formação de milhares de bacharéis a cada ano, oriundos de centros de formação com qualidade duvidosa, tornando o mercado para esses profissionais cada vez mais competitivo e escasso.
Como você enxerga o direito hoje? Como avalia o relacionamento da tríade advogado, justiça e leis no Brasil?
No século passado, anos 90, nossa pesquisa era em uma enorme quantidade de livros e tempo de pesquisa para a solução de uma lide, aguçando assim o raciocínio jurídico, ao passo que nos dias atuais, a utilização exclusiva da internet tende a limitar o profissional, que passa a adaptar teses previamente elaboradas. O advogado, a Justiça e as leis devem interagir de forma harmônica e equilibrada em prol da sociedade.
Conforme a sua experiência de mercado, para quem tem interesse em cursar Direito, em quais áreas o advogado pode atuar?
Atualmente, mais de 80% dos estudantes de Direito ingressam no curso almejando a aprovação em concurso público, sendo que boa parte deles visa à estabilidade e aos bons salários pagos pelo estado. Já os bacharéis que possuem interesse pelo exercício da advocacia, vão precisar transpor obstáculos tais como a grande concorrência, as questões salariais e as exigências adicionais que o mercado impõe ao profissional do ramo privado.
É possível atender um cliente sem ser bom técnico?
Possível até é, mas o mercado vai regular automaticamente e manter ativo somente os advogados mais capacitados. Como referido, a minoria dos bacharéis se tornam advogados em razão das mais diversas adversidades. As faculdades de Direito transmitem um certo conhecimento mas não preparam os futuros advogados para todos os desafios do mercado de trabalho e isso faz a diferença aos operadores do Direito, cuja atividade é de meio.
Pautado nos seus 30 anos de advocacia, quais são as diferenças mais significativas da década de 90 com os atuais modelos de gestão de escritório?
Penso que houve sim um choque de gerações no relacionamento com os advogados. A advocacia de certa forma era associada à pessoa do advogado. Temos hoje, escritórios gigantescos, verdadeiras empresas, que já não mais se contrata o advogado, mas sim o escritório.
Na sua opinião, a OAB poderia fazer algo mais para o jovem advogado se preparar melhor para a advocacia?
Tenho que sim. A exemplo da Medicina que direciona o médico recém formado para uma especialização, A magistratura a escola da Magistratura aprender a ser magistrado, Promotoria para escola do MP, O policial para academia, acredito que a OAB deveria encaminhar o jovem advogado para uma escola, algo como se inserir em um escritório para ter a prática. Quem escolher área crime vai para escritório criminal, Trabalhista para escritório trabalhista etc. A grande sacada é a parceria com grandes escritórios com “expertise” na área. Ele poderá ao final ser contratado pelo escritório. Aí o mercado vai regular quem fica e quem vai embora. A Faculdade ensina a teoria. A OAB poderia ampliar o conhecimento do jovem advogado, indo além do contato prático realizado durante o curso, com estágios.
Qual a sua recordação/conquista mais importante?
Todas nossas ações são importantes, independente do seu valor, tratamos com a vida de nossos clientes e damos a mesma atenção para todos. Por óbvio, em todos esses anos, vivenciei incontáveis vitórias de destaque.
Como você se enxerga daqui há 20 anos?
Quero imaginar que trabalhando, com saúde e com a mesmíssima empolgação dos primeiros anos. Sei que não vão faltar casos, em que vou me sentir impelido a pensar em estratégias. É isso que me move.
Na sua opinião, quais as principais características que um advogado precisa ter?
É preciso ter em mente que o advogado moderno de escritório não deve saber apenas do Direito. O advogado de escritório tem que se reinventar, deixando de ser um mero prestador de serviço para se tornar um profissional estratégico para o cliente.
Como a reforma trabalhista de 2017 quais foram os principais impactos que você notou na prática dos processos trabalhistas?
O trabalhador da atividade privada não tem liberdade de reclamar, vez que não pode ser livre quem depende do básico para viver. Todos nós somos escravos das nossas necessidades. Portanto, em que pese na justiça do trabalho existir a figura do jus postulandi, relativamente inutilizado, o advogado é figura primordial para a proteção dos direitos do trabalhador que naturalmente encontra-se em desvantagem na relação processual.
Após a vigência da Lei nº 13.467/2017 o trabalho desse profissional tornou-se ainda mais imprescindível, tendo em vista a quantidade de riscos econômicos que passaram a existir para o trabalhador quando da propositura de uma ação judicial, que deverá ser de forma criteriosa a formulação dos pedidos de modo a evitar danos para as partes envolvidas e para a justiça como um todo.