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Por entre jardins e plantas: a escolha de Clarissa Rosado pelo paisagismo

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Filha de uma engenheira civil, Clarissa Rosado desde criança via o trabalho da mãe, e até acompanhava o desenvolvimento de seus projetos e obras. Com doze anos, adorava ajudar nas graficações em nanquim, estava presente em algumas de suas obras e achava que este seria o seu caminho. O seu encantamento era a sensibilidade e o olhar da arquitetura, e a paixão pela Arquitetura e Urbanismo levou a sua formação.

“Sempre acreditei nisto, em escolher um nicho onde pudesse fazer a diferença, sair do caminho comum, e assim escolhi o paisagismo também inspirada nos incríveis legados de Rosa Klias e Burle Marx”, declara Clarissa.

Porque a escolha pelo paisagismo?

Paisagismo sempre foi um antigo amor: as plantas sempre me seduziram e uni isto a um senso de oportunidade: um misto de amor e estratégia de mercado, uni o meu hobby com uma perspectiva de propor algo diferente, e ainda sigo de modo pioneiro, com um atelier de arquitetura paisagística, focado em desenvolver soluções exclusivas para cada cliente ou projeto arquitetônico e colaborar com colegas arquitetos nesta etapa final, com orientação de espécies e elaboração de soluções verdes. Assim fundei a Oficina Jardim que há 17 anos oferece serviços completos em paisagismo, com projeto, implantação e manutenção de jardins.

Fale sobre a sua conexão com a natureza.

Encontrar o próprio projeto de natureza é uma benção, é aquele ofício que te dá identidade no mundo e que iremos desempenhar com alegria, amor e maestria, sendo útil a vida e gerando valor para outras pessoas.

Se da minha mãe herdei a vontade de construir, do meu pai, herdei o amor ao preparo da terra: semear, adubar, aguardar o tempo da colheita e conviver com as intempéries climáticas.

Como você enxerga o seu papel de líder e empreendedora?

Empreender exige coragem e a liberdade de sonhar que o medo não permite, então acredito que o melhor caminho é seguir avante com determinação e confiança sem me deixar reduzir pelas incertezas e dificuldades inerentes ao caminho. Neste trajeto é imprescindível aprender a liderar pessoas, pois uma empresa é uma organização de pessoas, que deve ser conduzida com amor e inteligência, e sempre é o reflexo do seu líder. Assumir esta responsabilidade sem terceirizar culpas é fundamental, pois só assim é possível corrigir a rota.

Tenho consciência que é o líder o responsável pelo sucesso ou fracasso da sua equipe. Liderar exige uma responsabilidade maior, exige muita humildade e empenho em evoluir e rever-se, assim sigo em busca constante por conhecimento, diversos cursos e bons livros que ampliem a minha percepção e intuição. Blindar a mente de negatividades é essencial.

Quais foram teus desafios mais marcantes?

Assumir o projeto e execução paisagística de uma grande obra como o Shopping Praça Nova, foi sem dúvida desafiador, pois conduzir uma implantação com grandes proporções exigiu um comando firme e atento com prazos apertados e gestão de uma equipe maior. Também foram desafiadores os projetos e execuções que desenvolvi para as quatro edições da Feisma Multifeira de Santa Maria, entre os anos 2012 e 2017. Mas sem dúvidas o desafio constante que enfrento está no gerenciamento de todas as operações da empresa, sou a artista e a gestora, então precisei aprender sobre liderança, administração, recursos humanos, fluxos financeiros e decisões estratégicas.

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