
A Dra. Rosa Figueira iniciou o trabalho com ginecologia regenerativa motivada pelo fato de ter trabalhado muitos anos com diagnóstico de câncer de mama, sendo que essas pacientes apresentam perda de função ovariana rápida, com sinais e sintomas importantes da queda do hormônio feminino, não podendo fazer terapia hormonal.
Nessa trajetória, acabou realizando pós-graduação em Medicina Estética, pois na época não existia formação nessa área. Assim realizou diversos cursos de capacitação do uso do laser de CO2, inclusive em cirurgia.
Isso possibilitou ser uma pioneira no Rio Grande do Sul, e trazer a ginecologia regenerativa para Santa Maria. Hoje, além de trabalhar há bastante tempo na área, junto com a colega, Fabiane Gama, de Pelotas, coordena uma pós-graduação a nível nacional de Ginecologia Regenerativa e Estética Íntima, reconhecida pelo MEC, que é a primeira pós-graduação desenvolvida por ginecologistas para ginecologistas.
Além de ser professora e coordenadora nacional da pós-graduação de Ginecologia Regenerativa e Estética Íntima MEDPOS- Brasil, a Dra. Rosa ministra workshops para médicos em todo o Brasil, inclusive em Santa Maria, tanto como palestrante de empresas como Deka laser, Rennova e Toskani, quanto personalizados para a atividade específica que o médico deseja, já que a ginecologia regenerativa é bastante ampla. Também desenvolveu junto com a colega Fabiane Gama uma técnica para tratamento da dor secundária à síndrome Genitourinária (atrofia), a técnica Gama & Figueira, utilizando o laser de CO2 associado à Toxina Botulínica.
Confira e entrevista com a Dra. Rosa Figueira.
Como você descreveria a ginecologia regenerativa e qual é o seu papel na saúde e bem-estar das mulheres?
É a área da ginecologia que avalia a mulher integralmente com o objetivo de prevenir ou se necessário, recuperar a função de órgãos, ao momento que antecede a perda ou o mais próximo possível dessa perda. O objetivo é a prevenção para que a mulher possa passar pelos ciclos de vida, tais como gestação, pós-parto, climatério, menopausa e, até alguma patologia, com a melhor qualidade de vida possível. Além disso, permite o tratamento de incômodos estéticos, como clareamento, flacidez ou cirurgia da área íntima, ou seja, a ginecologia regenerativa se aplica a qualquer idade ou momento, melhorando o bem-estar e a autoestima das mulheres.
Quais condições ou problemas de saúde específicos podem ser tratados com a ginecologia regenerativa?
A ginecologia regenerativa que pratico, procura entender e situar a mulher na fase de vida em que ela está, abordando, desde a prevenção, falando sobre dieta adequada, atividade específica para aquele momento, até, por exemplo, orientações sobre assoalho pélvico tanto para prevenção de alterações quanto para o tratamento de disfunções sexuais, gastrointestinais e urinárias. Além disso, podemos tratar sintomas como a atrofia (secura vaginal), alguns casos de incontinência urinária, de maneira conservadora, evitando cirurgias.
É de extrema importância no tratamento da dor e diversas disfunções sexuais, patologias como o líquen, doença auto-imune que, além do desconforto, pode gerar deformidade da área genital. Também podemos abordar a parte estética, desde o clareamento da área íntima e tratamento de flacidez, até correção de assimetrias ou de qualquer outro incômodo que a paciente tenha, como lábios e clitóris aumentados.
Qual é a diferença entre ginecologia regenerativa e outros tratamentos convencionais para condições ginecológicas, como cirurgias?
Com relação às diferenças entre a ginecologia geral e a ginecologia regenerativa, eu diria que hoje a ginecologia regenerativa vem complementar a ginecologia geral, com o uso de tecnologias, que antes não dispunhamos. A ginecologia geral, tem uma abordagem de prevenção, diagnóstico e tratamento, mais órgão específica, ou seja, a paciente vai ao consultório para fazer prevenção de mama ou de colo uterino, por exemplo. A ginecologia regenerativa, além de manter essa prerrogativa, acrescenta uma visão mais abrangente da mulher, procurando fazer também prevenção baseada no momento de vida que ela está. Conseguimos evitar a perda de função de alguns órgãos, como a vagina, por exemplo, evitando que a paciente passe por situações de secura vaginal, ardência e incontinência urinária, comuns em situações de hipoestrogenismo, como pós parto, climatério-menopausa, uso de algumas medicações e tratamento de câncer de mama e endométrio. Quando a paciente procura já com perda de função, conseguimos promover a melhora ou recuperação da função perdida.
Naquelas pacientes, com dor na relação sexual, atrofia, e doenças como o líquen, que estão inativas sexualmente, podemos fazer com que voltem a ter atividade sexual. Na incontinência ou perda urinária, podemos, dependendo da situação, tratar essa paciente sem cirurgia. Sem contar, que a ginecologia regenerativa ainda tem uma ampla abrangência na parte estética.
Como é o processo de recuperação após um procedimento de ginecologia regenerativa, e qual é o tempo de recuperação esperado para os pacientes?
Com relação à recuperação dos procedimentos, vai depender da complexidade do tratamento. Hoje, conseguimos tratar atrofia, e muitos casos de incontinência urinária, de maneira conservadora, ou seja, a incontinência urinária sem cirurgia.
O laser de CO2, por exemplo, é um procedimento extremamente rápido, que vai demorar ao todo menos de cinco minutos, dentro da vagina é indolor, não tem restrições de atividade, exceto abstinência sexual por 5 dias.
Se formos usar um campo magnético, para prevenção ou tratamento do assoalho pélvico e suas disfunções, a paciente realiza o procedimento com roupa, inclusive, por 30 minutos, também sem desconforto ou restrições.
Se estivermos falando de cirurgia, como redução dos lábios da vulva, a paciente deverá ter um período de repouso relativo, ou seja, não absoluto, de mais ou menos 48 horas, a partir daí, pode ir retomando suas atividades habituais, ou seja, é um tempo de recuperação muito menor quando esse procedimento é realizado com laser de CO2, por exemplo.
Nos tratamentos estéticos, tais como clareamento, aplicação de bioestimuladores ou tecnologias para flacidez, preenchedores e toxina botulínica não existem restrições e sim orientações inerentes à aplicação dos produtos em questão.
Obviamente, nas situações que envolvem tratamento, as complicações também vão depender da complexidade do mesmo. Nos tratamentos de secura vaginal, incontinência urinária, usando equipamentos como o laser de CO2, ultrassom microfocado, campo magnético, os paraefeitos são mínimos, praticamente inexistentes. Algum desconforto no momento da aplicação ou após.
A cirurgia, tem as complicações inerentes a qualquer procedimento cirúrgico. Na dependência da tecnologia utilizada, por exemplo, o laser de CO2 que utilizo, permite cirurgias com anestesia local e sangramento insignificante, o que diminui riscos de hematomas e deiscências, permitindo um tempo de recuperação menor, com menos desconforto pós operatório.
@drarosafigueira
Clinica Adiwata – (55) 3222-9045 ou 99921-5256