
Até pouco tempo, a educação acontecia no tato. No erro e no acerto. Muitas vezes pautadas pela imposição e submissão.
Agora é chegada a nossa hora de educarmos nossos filhos. E sim, sabemos exatamente o que queremos para eles, contudo não sabemos ao certo como chegar lá.
Não é preciso mais do que 15 minutos de conversas entre amigas, para os fi lhos virarem o assunto da mesa. “O Pedro não quer saber de estudar. A Maria só quer saber de dançar. O José não para de jogar.”
Dividimos o cansaço da carga mental sobre problemas em casa, na escola, no trabalho, na aprendizagem, na fala ou na socialização. Assuntos que em gerações anteriores passaram batidos, hoje são amplamente debatidos.
Ouso afirmar que nenhuma geração estuda tanto para praticar a maternidade quanto a nossa e tudo isso em meio à velocidade frenética do dia a dia, agravada pelas tecnologias, que chegam sem nem bater às nossas portas.
Chovem especialistas nas redes sociais: como não gritar, como negar. Claro, tudo isso sem frustrar. Criou-se um nicho. O nicho sobre dicas de maternar.
Esses dias, me dei conta que, eventualmente, ao ser confrontada pela minha filha de 8 anos, subiam “posts” sobre educação em minha cabeça: agora é hora de se abaixar à altura dela para conversar. Também, pode ser um momento de apenas se afastar, já que é preciso o espaço dela respeitar. Ai, to me incomodando tanto. Será que é a minha criança ferida que esta cena está a desassossegar? Agora deve ser um bom momento para abraçar. Já que acolhendo ela, será uma bela chance para me curar.
E tudo isso porque pedi gentilmente, para ela jantar e após, estudar. Organizar tudo isso em meio à nossa desorganização é a grande questão. Há que se saber filtrar. Há que descobrir quem seguir, sem se culpar. Conseguimos?
Na dúvida, são nossos instintos que devem assumir as rédeas: é preciso, muitas vezes, desconectar das redes e estabelecer uma conexão segura com o bom senso e com a voz do nosso coração.
Bárbara Henriques
Jornalista, mestre em comunicação e informação pela Universidade do Minho em Portugal, especialista em educação ambiental pela UFSM. Mas o que ela gosta mesmo é de contar histórias. Tem dois filhinhos, a Rafaela e o Francisco, de onde vem toda sua inspiração.