Nossa Palavra

EDITORIAL – NOSSA PALAVRA

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Apresentamos esta edição de novembro com muita alegria, pois é o mês que celebra o empreendedorismo feminino. Estampamos na capa o movimento liderado por Michelle Milani, chamado “Empreendedorismo e Elas”, conectando uma rede de mulheres em diferentes iniciativas que formaram uma rede de apoio, fortalecimento, treinamento e capacitação para impulsionar seus negócios.

Falar em empreendedorismo me encanta e sempre foi a minha pauta. Quando nasce um empreendedor? Quais características que a pessoa precisa ter?

Primeiro item é vontade de trabalhar, criar, e ter perseverança quando as críticas chegam, quando os amigos não te apoiam, não investem no teu negócio e falam para desistir.

O empreendedor, muitas vezes, precisa acreditar sozinho em seu potencial, em sua missão e seu propósito, para depois colher o reconhecimento dos outros.

O empreendedor começa pequeno.  Steve Jobs, criador da Apple, começou em uma garagem. Bill Gates iniciou, aos 17 anos, desenvolvendo um software de leituras de fitas magnéticas. Silvio Santos era camelô, Luciano Hang começou a trabalhar aos 17 anos e aos 21 anos já comprou uma fábrica de tecidos. Enfim, grandes empreendedores ultrapassaram as dificuldades e transformaram as ideias em soluções. Há também os sucessores que superaram seus pais, que aproveitaram as oportunidades familiares e inovaram, expandiram e criaram novos negócios.

A grande questão que refletimos é: será que nas escolas e nas universidades estão preparando empreendedores? Estão formando novos líderes, pessoas capacitadas para gerenciar crises, dificuldades, saber correr riscos?

Para ser empreendedor precisa de uma dose de loucura, fazer o que os outros não tem coragem de fazer. É mesclar fé e persistência.

O ponto é investir tempo, energia, dedicação e capricho no que faz. Não conheço ninguém bem sucedido fazendo o mínimo. Não conheço ninguém de sucesso, acomodado nas suas vitórias passadas e achando que é o melhor em tudo.

E o empreendedorismo também precisa ser uma pauta política. Não há como um país crescer e prosperar quando as políticas públicas não valorizam a iniciativa das pessoas. Valorizar, descomplicar, desburocratizar, não há como um sistema funcionar se quem gera emprego, renda, dignidade, é considerado vilão.

Quanto mais pessoas forem autônomas, quanto mais empresas e prestadores de serviço forem criados, menos pessoas estarão esperando sacolão e bolsa pobreza. Aliás, conheço pessoas que não querem trabalhar, pois esperam auxílio do governo.

No Brasil existem 24,22 milhões de pessoas que ganham bolsa família. E ficam por anos vivendo deste benefício. A bolsa vira salário, a bolsa vira emprego. O que isto significa? Que a ajuda não tira a pessoa da pobreza, ela incentiva a manter na pobreza.

Todos os dias, meus senhores, eu converso com profissionais que precisam de colaboradores. Falta gente na construção civil, na indústria moveleira, no comércio, nos serviços, na tapeçaria, na pintura, na parte elétrica, enfim em diversos setores. Sempre há vagas para pessoas trabalharem. As vagas do Senai e Senac para cursos profissionalizantes, muitas vezes gratuitos, não são preenchidas.

É a cultura de ganhar, de esperar o peixe pronto, e de que alguém é culpado por sua miséria pessoal. 

Enfim, é uma análise importante. Devemos capacitar cada vez mais as pessoas a desenvolver o espírito de crescimento e desenvolvimento de habilidades. 

Para finalizar, quero parabenizar o Rodrigo Decimo, engenheiro, construtor, empresário e empreendedor que, com muita coragem, lançou seu nome para prefeito de Santa Maria, uma cidade que sempre foi governada por políticos profissionais. Teve uma vitória de 12 mil votos de diferença, mostrando que a cidade quer avanços.

Parabéns também a professora Lúcia Madruga que, ao longo de 30 anos de sua carreira como professora do curso de administração e gestão da UFSM, trouxe para a cidade sua experiência pública em melhorar o ensino, valorizar professores, investir na educação de base das nossas crianças e adolescentes.

Estou muito otimista e feliz que a nossa querida Santa Maria, a cidade cultura, a cidade universitária, escolheu pessoas empreendedoras, pessoas que investem na educação como forma de mudar os cenários.

Não existe desenvolvimento de uma pessoa, de uma empresa, de uma cidade e de um país, sem educação.

Que Deus abençoe nossa cidade.

Silvana Maldaner
Mãe de duas filhas, casada, empresária, empreendedora, entusiasta, viajante e curiosa. Formada em comunicação social, especialista em comunicação, mestre em engenharia de produção.

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