Descobrindo o Uzbequistão: a viagem de Helena Bolli Mota por uma terra de história e cultura
Explorar o desconhecido sempre foi uma das paixões de Helena Bolli Mota. A fonoaudióloga embarcou em uma viagem inesquecível para o Uzbequistão, um destino que une a grandiosidade histórica da Rota da Seda às influências do período soviético e à cultura vibrante da Ásia Central. Ao lado de seu filho, Antonio, que estuda Arquitetura e tem grande interesse por construções históricas, e do médico, Ido Fração, Helena viveu momentos únicos em um país repleto de monumentos preservados, hospitalidade calorosa e uma gastronomia singular.
O fascínio pelo Uzbequistão
A escolha do Uzbequistão como destino de viagem veio da vontade de conhecer algo novo, completamente diferente das experiências anteriores. “A gente gosta de ter experiências novas em termos de cultura, comida e língua. Esse era um país que nós pouco conhecíamos e, ao pesquisar, ficamos encantados com sua história e arquitetura”, conta Helena.
O país, situado na Ásia Central, foi um dos principais pontos da antiga Rota da Seda, caminho comercial que conectava a China à Europa. Através dos séculos, tornou-se um polo de riqueza cultural e estratégica. Mais recentemente, fez parte da União Soviética, o que acrescentou uma camada adicional de influência russa e um período de forte transformação social e urbana.
O clima do Uzbequistão varia de extremos, com verões que ultrapassam os 50ºC e invernos rigorosos. A viagem ocorreu no inverno, e Helena teve a oportunidade de presenciar neve, algo que agregou ainda mais encanto à jornada.
Tashkent: o equilíbrio entre o antigo e o moderno
A viagem começou pela capital, Tashkent. “Foi uma cidade que me surpreendeu muito, porque tem um lado histórico fascinante, com bazares tradicionais e construções antigas, mas também uma parte extremamente moderna, com shoppings, restaurantes internacionais e prédios iluminados”, destaca.
Entre os pontos visitados está o Chorsu Bazaar, um dos mercados mais tradicionais da cidade, onde se encontra de tudo, desde especiarias a tecidos e artesanato local. Além disso, Helena explorou os edifícios suntuosos que remetem ao passado soviético e a mesquita Hazrat Imam, um importante centro religioso.
Samarkand: o coração da Rota da Seda
Seguindo viagem, Helena e seu filho desembarcaram em Samarkand, um dos destinos mais icônicos da Rota da Seda. “O Registão é, sem dúvida, o maior símbolo do Uzbequistão. É uma praça monumental cercada por três madrassas gigantescas, cada uma com detalhes únicos”, descreve. Essas madrassas, que são antigas escolas islâmicas, impressionam por suas fachadas ricamente decoradas em azulejos azuis e mosaicos detalhados.
Outros pontos de destaque foram o Mausoléu de Gur-e-Amir, onde está sepultado o líder Timur (Tamerlão), e a Necrópole de Shah-i-Zinda, um complexo de tumbas repleto de detalhes arquitetônicos impressionantes.
Bukhara: uma Cidade-Museu a céu aberto
A próxima parada foi Bukhara, uma das cidades mais preservadas do Uzbequistão, onde cada rua parece contar uma história. “O centro histórico de Bukhara é incrível. Parece que voltamos no tempo ao caminhar por ali”, diz Helena.
Entre os locais visitados está a cidadela Ark, antiga fortaleza real, e o Minarete Kalyan, que impressiona por sua imponência. A cidade também é repleta de madrassas e mesquitas bem preservadas, compondo um cenário que mistura arte islâmica com influências persas e mongois.
Khiva: o encanto do passado
A última cidade visitada foi Khiva, uma joia do deserto. “Khiva é um verdadeiro museu a céu aberto. Suas muralhas e construções fazem a gente se sentir dentro de um cenário medieval”, comenta Helena.
Khiva abriga a cidadela Itchan Kala, que é um Patrimônio Mundial da UNESCO. Essa parte murada da cidade conserva dezenas de monumentos históricos, mesquitas e palácios, refletindo a riqueza cultural da região.
Os deslocamentos entre essas cidades foram realizados de trem. “As conexões ferroviárias do Uzbequistão são muito boas. Pegamos trens modernos de alta velocidade, mas também tivemos a experiência de viajar em um trem antigo da época da União Soviética, que funcionava como um trem-dormitório”, relembra.
A hospitalidade uzbeque e a experiência gastronômica
Uma das grandes surpresas da viagem foi a hospitalidade do povo uzbeque. “Eles são incrivelmente simpáticos e acolhedores. Ficaram encantados quando descobriram que vínhamos do Brasil”, conta Helena.
Quanto à culinária, a experiência foi memorável. “Experimentamos todos os pratos típicos. Eles comem muita carne de ovelha, e o prato mais famoso é o plov, um arroz preparado com carne e temperos locais. Também provamos os espetinhos de carne e outras especialidades locais”, detalha.
Uma viagem planejada nos mínimos detalhes
A viagem foi totalmente organizada por conta própria, sem o uso de agências. O trajeto até o Uzbequistão incluiu uma parada na Alemanha, seguida por voos via Istambul até Tashkent. O retorno foi feito por Roma, aproveitando para descansar alguns dias na cidade italiana antes de voltar ao Brasil.
Ao final da experiência, Helena reforça o impacto que essa jornada teve: “Foi uma das viagens mais diferentes e enriquecedoras que já fizemos. O Uzbequistão é um destino que merece ser descoberto, cheio de história, cultura e beleza”.