Quem nunca teve vontade de viajar para a África e fazer um safári? Pois é, a família Streher resolveu fazer uma viagem para onde poucas pessoas já se aventuraram.
A África do Sul é um destino turístico diversificado e vibrante, atraindo visitantes de todo o mundo com sua rica combinação de belezas naturais, vida selvagem abundante e patrimônio cultural. O país é famoso por suas paisagens espetaculares, que vão desde as praias ensolaradas da Cidade do Cabo até as montanhas majestosas do Drakensberg. Uma das principais atrações é o Parque Nacional Kruger, um dos maiores e mais antigos parques de safári do mundo, onde os turistas podem avistar os “Big Five” — leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo. Além disso, a Rota Jardim, que se estende ao longo da costa sul, oferece vistas deslumbrantes e atividades ao ar livre, como trilhas, observação de baleias e esportes aquáticos.
O casal de médicos, Leandro Streher e Ana Alzira Streher, e suas filhas, Laura e Luiza, ambas acadêmicas do curso de Medicina, realizaram esta super viagem para a África do Sul e contam para a Revista Interativa como foi a experiência.
A primeira coisa que vem à mente é um Safari. Todavia, a África do Sul vai muito além disso. Fomos no final de outubro, antes do período das chuvas. Nossa primeira parada foi em Joanesburgo, num voo direto de São Paulo (foram menos de 8h de voo). De exigência para África do Sul é um passaporte válido e o certificado internacional da vacina para febre amarela.
O fuso horário de 5h na frente pode dar uma atrapalhada, mas nada que 1-2 dias já esteja tudo certo. Joanesburgo é a maior cidade, com quase 6 milhões de habitantes, mas ninguém tem certeza, pois a imigração clandestina para a África do Sul é muito grande. Lá está o grande bairro chamado de Soweto. Pegamos um Uber e fomos ao Museu do Apartheid, onde há um registro histórico do passado sombrio dos Sul-africanos. Sentimos que não existe racismo de cor, mas o econômico sim.
No outro dia, pegamos um voo de menos de uma hora para Hoedspruit, onde fica o famoso Kruger National Park. Nossa parada foi dentro do Kruger, num resort, Opo All Inclusive, chamado Kapama Private Game Reserve (ele fica circundado por cercas eletrificadas). No trajeto do aeroporto até o Resort são 27km (menos de 30 min), e já avistamos muitos búfalos e inhalas. Neste dia fazia cerca de 40 graus.
Lá ficamos 3 noites. Foram dois safáris por dia, no início e final do dia, quando os animais estão mais ativos. A alvorada era às 5h com uma ligação para o quarto para não ter perigo de se atrasar. Um breve café bebido e saímos com nossos dois anfitriões, o guarda florestal/driver Elleck e o rastreador Lebu, com um carro off-road adaptado para o safari. Cada saída durava de 2h30 a 3h. O avistamento dos mais variados animais selvagens in loco foi uma experiência inesquecível. Vimos os “big five” (leão, búfalo, rinoceronte, leopardo e elefante) e incontáveis girafas, impalas, zebras, macacos e até um pangolim, entre muitos outros.
No meio do safári, os nossos guias fazem uma parada para bebidas quentes e lanche lá no meio da Savana. No final do dia, novamente outra saída, sempre com trajetos diferentes dentro do Kruger Park. Nestes 3 dias, a variação térmica dos 40 graus na chegada para menos de 10 graus nos dias seguintes. Sol, vento, dia nublado, chuva, tudo aconteceu nestes poucos dias no Kruger. Os animais simplesmente não se importam com a presença do carro.
Ainda foi possível visitar o Camp Jabulani onde interagimos com o colossal elefante africano. O principal esporte do País é o Rugby e a final de 2023 foi quando estávamos lá. Adivinhem quem é o maior campeão mundial? A África do Sul. Na Sala de Cinema do resort, todos estavam reunidos para assistir a final entre todos funcionários e hóspedes. Depois de 3 dias memoráveis seguimos viagem de avião para a Cidade do Cabo. Foram quase 3h de voo. Do aeroporto fomos para Stellenbosch, cerca de 45 min de carro da Cidade do Cabo. Região universitária e vinícola belíssima.
Claro que ficamos hospedados por duas noites no antigo Spier Hotel que foi classificado entre os 100 melhores vinhedos do mundo. O lugar é cercado por montanhas, com vinícolas com atrativos gastronômicos como a Tokara, entre outras tantas. Vale uma parada por aqui. Seguindo a viagem fomos para a divertida Cidade do Cabo (ou também conhecida como Cape Town). Já na chegada, impressiona a Table Mountain, principal cartão postal da cidade. Subimos pelo teleférico e a vista do alto vale cada minuto gasto nas longas filas para acessá-la. Outras duas belas atrações naturais são o Signal Hill e o Lions Head onde fizemos um trekking até quase o topo. A visão da cidade com os principais atrativos compensa o esforço da caminhada.
Bo-Kaap é outro cartão postal instagramável com várias casinhas coloridas. Vale muito o city tour que mostra os principais atrativos da cidade. O passeio ao longo da península do Cabo é uma rota espetacular que incluiu a visitação de uma colônia de pinguins e um passeio marítimo para ver as colônias de focas. A Reserva Natural Good Hope, onde fica localizado o Cabo da Boa Esperança, tivemos a oportunidade de apanhar o teleférico e subir o velho farol para apreciar a vista da famosa Baía Falsa.
Foi na Praia de Camps Bay que o pôr do sol foi memorável, além de permitir uma visão magnífica das montanhas dos 12 apóstolos ao fundo. Além de ótimos restaurantes e cafés para aproveitar o final do dia. Nosso hotel ficava próximo ao V&A Waterfront onde é um dos principais locais de compras e restaurantes diversos. E por último, visitamos o Museu no Hospital Groote Schuur, onde ocorreu o primeiro transplante cardíaco pelo médico sul-africano Christian Barnard, em 1967.
Algumas curiosidades da África do Sul:
• O país passa por problemas sérios de racionamento de energia elétrica, já que toda ela vem da queima de carvão mineral. Há horários definidos e rodízios dos bairros;
• Não há ônibus de transporte público, mas milhares de vans;
• A recomendação é usar Uber, ao invés de táxi;
• A mão inglesa como a Inglaterra é utilizada;
• Há 12 línguas oficiais, entre eles o Inglês e o Africâner, outros 10 são línguas da família Bantu;
• A copa do mundo de futebol ocorreu em 2010 na África do Sul e o estádio utilizado na Cidade do Cabo foi adaptado posteriormente para o Rugby.