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Bósnia e Herzegovina – Destino preserva a história das civilizações

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A Bósnia e Herzegovina é um país localizado no sul da Europa, na região dos Bálcãs. O país abriga, em sua área rural, aldeias medievais, rios e lagos, além dos Alpes Dináricos. Durante a super trip que realizaram pelo velho mundo, os empresários Ronald Doeler e Cristiane de Menezes Faria incluíram em seu roteiro a Eslovênia, Bósnia e Croácia. Em companhia das filhas, Rebeca e Teodora, a viagem foi repleta de história, cultura e belezas naturais. Cristiane de Menezes Faria compartilhou esses momentos inesquecíveis com a Revista Interativa.

Sou uma apaixonada por arte e por história da arte desde criança, tanto que escolhi artes plásticas como graduação. Divido esse gosto com o Ronald e, há mais de 30 anos, gostamos de sair “mundo afora”. Juntos, contaminamos as nossas filhas, que são apaixonadas por pedras que contam histórias – então, o velho continente é quase sempre a escolha da família para férias.

Para amantes de história, é um destino imperdível. A região é ponto de encontro de diversas civilizações desde a antiguidade. Com isso, foi palco de eventos históricos, como por exemplo, o assassinato do Duque Francisco Ferdinando em Saraievo, estopim da primeira guerra mundial. Mais recentemente, aconteceram as guerras entre os países remanescentes da antiga Iugoslávia, dentre elas, o cerco de Saraievo, durante quatro anos, de 1992 a 1996. Tendo isso na memória, muitos ainda podem hesitar em visitar esses lugares, mas vale a pena – a região, além de rica em cultura e história, é belíssima, graças as suas paisagens, vales e cachoeiras dos Alpes Dináricos, castelos e fortalezas, e a costa azul-turquesa do Mar Adriático.

Foram mais de 2.000 quilômetros de estrada, partindo da minúscula Eslovênia – um país que é 1/12 do tamanho do Rio Grande do Sul e tem um dos maiores IDH’s do mundo. “Saímos da linda Liubliana, passando pelo Lago Bled e o Castelo de Otočec, e chegando em Zagreb (Croácia). Atravessando a fronteira da Bósnia, passamos para Jajce, Travnik, Saraievo, Mostar, Blagaj, Stolac e Trebinje. E, novamente na Croácia, visitamos Dubrovnik, Split, Trogir, Šibenik, Zadar e Opatija”, conta Cristiane.

A Bósnia foi especialmente surpreendente – começando pela neve fora de época que recebeu a família em Saraievo. “Se você associa a imagem de um país destruído pela guerra ao nome, pense de novo. Seu povo muito acolhedor, e boa parte falante de inglês, está empenhando em manter viva a memória do que a geração anterior sacrificou”.

Em Saraievo, são muitos os monumentos e museus como o War Childhood Museum, que mostra como foi a vida de várias crianças que viveram na cidade durante a guerra e é uma garantia de choros emocionados para qualquer visitante.

Um dos pontos altos da viagem foi conhecer o Túnel da Esperança, que foi construído durante a guerra para que as pessoas pudessem sair da cidade sitiada, buscar mantimentos que eram trazidos por avião e retornar. Na época, ele ligava a cidade de Sarajevo ao território da Bósnia e passava por baixo da pista do aeroporto. “E através do Tunnel of Hope passavam alimentos que chegavam pelo aeroporto. É inacreditável imaginar as pessoas carregando 30 kg de alimentos nas costas por aquele buraco”, lembra ela.

O país, no entanto, não deixou de renovar sua estrutura, com estradas e túneis muito bem-feitos. Também trabalhou para trazer segurança, pois é perfeitamente seguro andar nas ruas bem iluminadas à noite. Existe liberdade religiosa e as três religiões, Islâmica, Católica e Ortodoxa convivem em harmonia. “Sua população, apesar de marcada pelos horrores da guerra, que deixou cerca de 100 mil mortos em quatro anos, é gentil e receptiva, otimista em relação a um futuro que parece ser muito bonito”, conclui Cristiane.

Pelo Acordo de Dayton ficou decidido que a Bósnia é uma federação com duas entidades politicamente autônomas: Federação da Bósnia e Herzegovina (de maioria Bosníaca e Bósnio-Croata) e a República Srpska (de maioria Bósnio-Sérvia), mais um distrito chamado Brčko, no nordeste do país. Cada um tem o seu governo, legislação, polícia, correio e alfândega, mas um único exército.

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