
A pesquisa recente realizada pelo Sebrae RS, entre os dias 2 e 18 de março, mostra que aproximadamente uma em cada três empresas (35%) não está funcionando no Rio Grande do Sul. A principal causa deste fechamento, são as restrições de funcionamento dos estabelecimentos impostas pelas autoridades. A pesquisa também mostra que seis em cada dez (60%) empreendimentos apresentaram redução no faturamento nos últimos 30 dias, mesmo nível observado em agosto de 2020, demonstrando o agravamento da situação para muitos pequenos negócios.
Só no RS, 100 mil empresas morreram. Encerraram definitivamente seus negócios.
Considerando em números nacionais, são mais de 10 milhões de funcionários demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia no ano passado. Este dado deve ser ainda maior pois os prestadores de serviços, autônomos e informais que trabalham com eventos, festas, shows e restaurantes não estão contabilizados pelo Sebrae.
A pesquisa também mostra que 30% dos empresários tiveram que buscar empréstimos para manter seus negócios, mas o resultado não tem sido positivo.
A pergunta que não quer calar? Mesmo com empréstimos e prorrogação dos impostos como que os pequenos negócios irão sobreviver?
No meio deste caos todo, na luta da sobrevivência e do mínimo de dignidade dos trabalhadores, nenhum imposto foi cancelado e nenhum político teve salário reduzido. Segundo eles próprios, é inconstitucional e ilegal reduzir salários e benefícios.
Mas proibir o sustento de famílias é legal? Proibir empresas de trabalhar é legal? Muito se fala em empatia, mas pouco se tem experimentado o sapato do outro. Autoridades públicas que desfrutam de um salário altíssimo, onde jamais conseguiriam estes salários astronômicos na iniciativa privada com sua qualificação, assinam decretos proibindo a liberdade primária do exercício do trabalho.
O mais chocante é que a grande imprensa apoia e orquestra o mantra do fique em casa, use a criatividade, se reinvente, troque de profissão, abandone teu sonho, tua história, enfim, tua vida.
A frase da Maju Coutinho, o choro é livre foi um tapa na cara da sociedade. É um deboche à inteligência média das pessoas. Para funcionários globais, muito bem pagos, fica fácil fazer campanha de ficar em casa, divulgar vídeos lindos mostrando suas rotinas em casa, aprendendo a pintar, fazer crochê, Tai Chi Chuan, origami, tudo lindo, no conforto do ar condicionado e com a geladeira cheia.
Explica isso para o garçom, o vendedor e a cozinheira demitidos, ou o maluco do empreendedor que quebrou mas que precisa pagar todos os impostos, boletos, fornecedores e colaboradores, mesmo sem ter dinheiro para sobreviver.
O povo não quer auxílio, quer ter dignidade para trabalhar.